Disfonias e Rouquidão

Disfonia significa qualquer dificuldade no processo de emissão da voz. Engloba sintomas como rouquidão, fadiga vocal (cansaço ou esforço exagerado ao falar), dificuldade de atingir certas notas, voz entrecortada, entre outros.

Pode representar doenças mais simples, como laringite por abuso vocal e refluxo faringolaríngeo, mas também pode indicar doenças graves, como tumores de laringe e quadros neurológicos.

Assim, toda disfonia ou rouquidão demanda avaliação otorrinolaringológica, geralmente com a videolaringoscopia, exame que visualiza diretamente as cordas vocais. O diagnóstico correto da situação que está causando a disfonia permitirá direcionar o tratamento adequado.

Informações e consultas em NOR – Núcleo de Otorrino do Recife 81-30316060/982179006.

Voz profissional

Profissional da voz é todo indivíduo que necessita da voz como ferramenta de trabalho. Inclui advogados, médicos, secretários, políticos, professores, apresentadores e os chamados profissionais de elite: atores e cantores.

Esse profissional demanda um acompanhamento regular e periódico com o otorrinolaringologista especialista, idealmente 3 a 4 vezes ao ano e sempre antes de grandes performances. Essa é a oportunidade de orientar uma preparação específica e identificar de forma precoce pequenas lesões iniciais ou movimentos potencialmente danosos no hábito vocal.

É essencial uma boa interação do otorrino com o fonoaudiólogo e o coach vocal. Durante a consulta, além de uma ampla anamnese, detalhando hábitos de vida, cuidados vocais, carga vocal e detalhes das apresentações, é feita uma avaliação funcional por meio da nasofibrolaringoscopia. Enquanto são realizadas algumas tarefas fonatórias personalizadas – muitas vezes solicitadas pelo fonoaudiólogo do cantor -, observa-se a movimentação da faringolaringe, anotando comportamentos prejudiciais e direcionando os cuidados da fonoterapia.

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Refluxo faringolaríngeo

Azia, queimação, indigestão ou regurgitação são sintomas muito comuns, que indicam Doença do Refluxo Gastroesofágico. Nessa condição, o conteúdo do estômago volta para o esôfago, causando inflamação e irritação no local.

Quando esse conteúdo do estômago reflui ainda mais, chegando na faringe e na laringe, ocorre o chamado Refluxo Faringolaríngeo. Os sintomas são menos específicos, como pigarro, tosse, sensação de bolo ou algo preso na garganta e dor de garganta. Na laringe, esse refluxo também inflama as cordas vocais, causando um inchaço, o que pode deixar a voz mais grave e rouca, além de ocasionar lesões como pólipo, edema de Reinke e granuloma.

É uma condição comum, presente em 20% dos pacientes da Otorrinolaringologia geral e 50% dos pacientes no consultório de Laringologia.

O tratamento do Refluxo Faringolaríngeo é feito com dieta e medicamentos. A alimentação deve ser fracionada (menores quantidades em intervalos menores entre cada refeição), rica em proteínas e balanceada, evitando-se exagerar em alimentos ácidos, condimentados, frituras, gorduras, refrigerantes e vinhos. O medicamento ideal vai depender do tipo e intensidade do refluxo.

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Disfagia e Deglutição

A deglutição é um processo neuromuscular sinérgico, sequencial e harmônico, em que o alimento é transportado da boca até o estômago. Qualquer dificuldade nesse movimento pode ser definida como disfagia. Pode ocorrer em qualquer faixa etária e os mais acometidos são os idosos, população em que a prevalência chega a 50%. Tem sido foco de atenção da literatura mundial na última década, tanto é que é considerada desde 2017 uma das grandes síndromes geriátricas pela European Union Geriatric Medicine Society.

A causa da disfagia varia conforme a faixa etária. Na criança, relaciona-se a malformações do trato aerodigestivo ou comorbidades neurológicas. No adulto, deve acender o alerta para doenças neurológicas. Já no idoso, tem como principal causa a presbifagia, que ocorre paralelamente ao processo de envelhecimento.

As complicações da dificuldade de deglutição são desnutrição, desidratação e afecções respiratórias como pneumonia aspirativa. Adicionalmente, vários estudos têm destacado o impacto negativo social e psicológico da disfagia, como desprazer à alimentação, ansiedade, pânico e isolamento social.

O principal exame para diagnóstico e guia terapêutico da disfagia é a videoendoscopia da deglutição. É importante uma equipe especializada e multidisciplinar no manejo do paciente disfágico.

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Cirurgias das cordas vocais e mudança de voz

A maioria das lesões das cordas vocais, como pólipos, cistos e edema de Reinke, demanda uma microcirurgia para tratamento. Essa cirurgia é realizada de forma endoscópica (por dentro da boca), com o auxílio do microscópio para magnificação das cordas vocais.

Existem ainda as cirurgias laríngeas para mudança do tom da voz. A tireoplastia tipo 3 é feita para agravamento da voz (deixando-a mais masculina) e é geralmente indicada para homens que, após a puberdade, continuam apresentando a voz mais aguda do que gostariam, situação chamada de Muda Vocal Incompleta. Já a Glotoplastia de Wendler é a cirurgia padrão-ouro para agudização da voz (tornando-a mais feminina). Pode ser indicada para mulheres que sofreram agravamento da voz com uso de medicações (especialmente a testosterona e os androgênios) ou para feminização da voz de mulheres trans.

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Cirurgia do paciente transgênero

A voz é um importante marcador de identidade e, caso não seja congruente com o gênero, pode levar ao aumento da disforia de gênero.

Homens trans alcançam voz masculina aceitável com terapia hormonal androgênica. No entanto, para mulheres trans, o tratamento com hormônio feminino não ajuda na feminização da voz. Para esse fim, realizamos a cirurgia de Glotoplastia de Wendler, capaz de agudizar a voz, tornando-a mais feminina. É importante a fonoterapia antes e após o procedimento para adequação também da fala, já que a voz feminina é mais soprosa, suave, ritmada e articulada.

A proeminência laríngea (pomo de adão) demarcada no pescoço é uma das características sexuais secundárias estigmatizantes do gênero masculino, podendo ser um obstáculo notável ao pleno exercício de seu papel social e profissional. A cirurgia de ressecção do pomo de adão é chamada de Condrolaringoplastia. Pode ser feita com uma pequena cicatriz no pescoço ou abaixo da mandíbula e costuma apresentar um resultado estético satisfatório.

No Núcleo de Otorrino, Dr. Mateus Aires é o otorrino especialista no acompanhamento da voz do paciente transgênero.

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Tumores de laringe

O câncer de laringe ocorre predominantemente em homens e é um dos mais comuns entre os que atingem a região da cabeça e pescoço. Fumantes têm 10 vezes mais chances de ter um câncer de laringe, enquanto a combinação cigarro e álcool aumenta o risco em 40 vezes.

O principal sintoma é a rouquidão, especialmente quando acomete as cordas vocais (localização mais comum). O interessante é que a rouquidão é um sintoma precoce, ou seja, surge logo nos estágios mais iniciais do tumor. Por isso a recomendação de que toda rouquidão deve ser avaliada pelo otorrino especialista: é a melhor chance que temos de flagrar um tumor inicial, com taxa de cura de mais de 90%.

O principal exame para o diagnóstico de um tumor na laringe é a videolaringoscopia ou videonasolaringoscopia e a confirmação se dá pelo exame histopatológico (biópsia). Muitas vezes, é possível que o diagnóstico e o tratamento sejam realizados no procedimento cirúrgico, com o auxílio da biópsia de congelação.

 Tumores iniciais podem ser tratados com cirurgias endoscópicas com laser, que preservam a voz e a função da laringe. Já as lesões avançadas, com diagnóstico tardio, geralmente demandam laringectomias totais com traqueostomia definitiva ou quimioterapia e radioterapia.

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